quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ATENÇÃO

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terça-feira, 9 de setembro de 2008

A incrível busca pela felicidade

O que é felicidade? Uma pergunta como essa não é fácil de ser respondida. Talvez porque as pessoas não saibam a resposta mesmo, talvez porque não saibam se expressar ou talvez porque sejam infelizes mesmo e nunca souberam o que é, realmente, felicidade.

O mundo dá voltas e voltas. Os dias surgem, nasce o sol, o sol brilha e se põe. O ciclo diário do dia e da noite se repete incessantemente. Enquanto não houver uma destruição total do Planeta (devido à destruição do meio ambiente que o homem vem causando), o nascer de cada dia é uma das poucas certezas que a humanidade possui. Cabe às pessoas transformarem seus dias em momentos alegres ou tristes, produtivos ou improdutivos, entusiasmantes ou entediantes, felizes ou infelizes.

Cada dia feliz, cada realização, cada alegria é uma conquista. Não acredito que exista uma felicidade plena, um patamar de êxtase que possa ser alcançado em determinado momento da vida e que, dali para frente, o indivíduo se considere feliz pelo resto de seus tempos por ter atingido determinadas metas ou sonhos, que o transformariam em uma criatura, enfim, feliz.

Se felicidade fosse algo simples não haveria tanta gente deprimida. Não haveria tantos casos de suicídio, depressão, overdose, doenças psicológicas etc. Se felicidade fosse simples, as pessoas a comprariam nas esquinas, assim como fazem com as drogas, com o cigarro ou álcool. Ao invés de comprarem cocaína, pediriam “dois quilos de felicidade”, enrolada pra presente, de preferência.

A vida não é tão simples assim. Ou melhor, a busca pela felicidade é algo inquietante, é um mistério que a humanidade não consegue desvendar. Na verdade, essa tão sonhada felicidade é o que impulsiona as pessoas a projetarem seus sonhos, buscarem um futuro melhor, conquistarem seus objetivos.

Mas a felicidade é algo apenas para o futuro? É uma busca permanente? Será que não podemos ser felizes no momento presente na vida? Não poderíamos estar satisfeitos com a nossa rotina, com a realidade, com os bens afetivos e materiais que possuímos no momento – e não preocupados apenas com aquilo que queremos para o futuro?

Creio que acomodação, o conformismo não são aspectos positivos como característica intrínseca do indivíduo. Contudo, valorizar o momento presente, os aspectos positivos na nossa vida, dos fatos que permeiam a nossa rotina, as nossas atividades diárias é essencial para a realização pessoal.

As angústias e aflições qie trazemos conosco por algo melhor em nossas vidas são fatores que nos impulsionam muitas vezes a termos coragem, lutar por sonhos, por melhores colocações etc. Porém, se levadas ao extremo, essas inquietações com o presente e a busca por um futuro melhor podem trazer conseqüências graves, como a infelicidade, a tristeza, a depressão. A pessoa insatisfeita consigo mesma não aproveita e não valoriza a própria vida.

Ninguém poderá jamais atingir essa felicidade futura se não puder, antes disso, atingir a felicidade presente, valorizar os aspectos positivos da sua realidade. Valorizar as pequenas coisas boas da vida é fundamental para a felicidade.

A felicidade não é apenas um emprego fabuloso ou uma viagem internacional. A felicidade é feita, antes de tudo, por momentos cotidianos. A felicidade, para mim, evidentemente, passa por sonhos e ideais, sucesso profissional e pessoal, a constituição de uma família etc. Mas, antes disso, felicidade é a construção diária da minha existência. É fazer cada um dos meus dias valer a pena. Ter momentos bons em cada dia do ano. Fazer algo produtivo, fazer o bem, sorrir

É acordar e respirar fundo. É ouvir o canto dos passarinhos e me dar conta de que sou privilegiada por tê-los na janela do meu quarto. Felicidade, para mim, passa por valorizar um belo dia de sol que eu possa caminhar no parque. Felicidade é abraçar os pais, é ter o apoio da família. É dar um beijo apaixonado no namorado. É ter amigos para rir, conversar, falar bobagens e se divertir. Felicidade é ter saúde – algo que só valorizamos quando ficamos doente. Felicidade é nos darmos conta de todas as coisas belas que temos na vida. É valorizar um cartão, um telefonema, um amigo que lhe sorri.

Sim, também sonho em viajar pelo mundo, conhecer países, uma bela casa, ser uma escritora reconhecida, fazer um cruzeiro de navio pela Europa. Mas, imagine só, se eu viver infeliz todos os meus dias enquanto não fizer esse cruzeiro? Ou enquanto não tiver conhecido o mundo inteiro? Valorizo, portanto, o presente, as coisas boas e maravilhosas que estão ao meu alcance hoje, embora não deixe de buscar atingir meus sonhos e ambições para o futuro.

A felicidade para mim, nesse momento, foi escrever esse texto e poder compartilhá-lo com outras pessoas.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dificuldades e desafios nas calçadas de Porto Alegre

Caminho e tropeço pelas ruas de Porto Alegre e percebo como as calçadas da cidade são mal conservadas, destruídas e corroídas pelo tempo, pelo abandono e, principalmente, pelo desleixo generalizado e pela falta de preocupação da população e das autoridades com o próximo. Como portadora de uma deficiência visual parcial, passo por obstáculos absurdos e desumanos, que não deveriam existir em uma cidade como Porto Alegre, que se diz – principalmente em ano de eleições - tão desenvolvida e preparada para o futuro. Será?!

São raízes de árvores que levantam as calçadas. São buracos deixados pela prefeitura por toda parte. São os próprios moradores que não conservam as calçadas em frente às suas casas e edifícios. São lajotas faltando. São as obras mal sinalizadas, que podem gerar acidentes sérios. São canteiros mal construídos. São passeios sem calçamento algum. Por toda parte, onde observarmos com um pouquinho de atenção que seja, encontramos boeiros com as tampas levantadas ou abertas. Além dos deficientes visuais, os cadeirantes são aqueles que mais sofrem com esse relaxamento que prepondera em todos os bairros e por toda parte.

As pessoas não imaginam que o simples fato de colocarem uma sacola de lixo ou entulhos de uma obra no meio da calçada possa dificultar imensamente a locomoção de uma pessoa com dificuldade visual ou de um cadeirante. As ruas não estão preparadas para os cadeirantes, para os deficientes visuais ou para portadores de deficiência de forma geral. Uma sacola de lixo ou uma pedra podem representar um grande risco, uma ameaça séria ou uma dificuldade muitas vezes intransponível. Da mesma forma, uma caçamba de lixo no meio da calçada, caixas no meio do caminho, um carro estacionado na calçada, uma árvore ou um poste caído, uma obra mal sinalizada etc.

No centro da cidade ainda encontro rampas de acesso para cadeirantes nas esquinas. Em todos os outros bairros, contudo, isso não ocorre. Mas, ora essa, cadeirantes andam somente pelo centro de Porto Alegre? Essa eu não sabia, não dá pra conceber um absurdo desses.

Possibilitar o acesso de pessoas com deficiência pela cidade não é um favor ou uma boa ação que as autoridades e algumas entidades estão fazendo. Não precisamos acreditar que as empresas e os governos que se preocupam com os deficientes são entidades louváveis e admiráveis. Eles não fazem mais que a obrigação.

As empresas, as cidades e os locais públicos não surgiram preparados para dar acesso a portadores de deficiência.

O homem esqueceu que as pessoas não são todas iguais; projetou que em um país com 189 milhões de habitantes todos seriam capazes de subir e descer escadas tranquilamente, correr, passar por buracos, desviar de obstáculos, escutar perfeitamente, enxergar, caminhar, se movimentar; esqueceu de si mesmo; esqueceu que as pessoas têm suas particularidades, suas deficiências e limitações.

Adaptar o espaço público e privado para viabilizar o acesso de todos é uma obrigação da sociedade, do governo, da iniciativa privada e de cada cidadão individualmente. Ninguém está excluído dessa obrigação. Todos poderiam ter nascido com uma deficiência. Qualquer pessoa pode ter um filho com deficiência, ou ainda, adquirir uma deficiência ao longo da vida. Portanto, construir uma sociedade que permita a inclusão de todos a qualquer lugar não é um ato de nobreza ou digno de louvores e aplausos. É apenas uma preocupação, que já deveria estar disseminada há muito tempo na consciência de todos.

Lembre-se disso quando fores obstruir uma rampa de acesso a cadeira de rodas simplesmente porque era o local mais fácil de estacionar. Pense nisso quando atravessar correndo uma rua movimentada por entre muitos carros. Olhe ao seu redor se não existem pessoas precisando de auxílio Na parada do ônibus ajude quem precisar de ajuda, seja para subir no ônibus, seja para ler a placa do ônibus.

Ensine seus filhos, desde cedo, a conviver, a respeitar e, principalmente, a admirar as diferenças. Mostre às crianças que nem todos são iguais e o quão maravilhoso é o fato de todos serem diferentes uns dos outros. Absolutamente todos têm suas particularidades, o que reforça que a minha certeza de que “deficientes” e “diferentes” é algo muito relativo. Diferente para quem? Diferente de que? Se cada indivíduo é único, como pode existir um padrão?

A verdade é que todos possuem alguma limitação ou deficiência, de diferentes ordens. Algumas pessoas possuem uma limitação física, mas que, com pequenas atitudes daqueles que a cercam, são facilmente superadas.

A pior limitação é a psicológica, é o preconceito, é a ignorância. Fingir que não existem deficientes circulando por Porto Alegre ou por qualquer outra cidade do Planeta e que as ruas não precisam estar preparadas para lhes proporcionar segurança e tranqüilidade é a maior das limitações que um ser (humano?) pode ter. Este é o pior atraso em termos de mentalidade e perspectivas para o futuro e que uma sociedade pode enfrentar. É uma mentalidade atrasada, que envergonha qualquer grupo social dotado de valores mínimos de respeito e igualdade.

Agora proponho que, na próxima vez você que sair de casa a pé, seja para qual destino estiver indo – longo ou curto, de dia ou de noite, acompanhado ou sozinho -, observe as calçadas, observe detalhadamente o caminho que faz, os obstáculos que existem, os locais que você precisa desviar. Preste atenção também na sua postura, no grau de atenção que você desprende com as coisas ao seu redor, com o movimento da rua e a tudo que lhe rodeia. Coloque-se, então, no lugar de uma pessoa com alguma deficiência, para a qual tudo fica mais difícil. Não tenha jamais pena dessas pessoas, elas não precisam – e tampouco querem – que alguém tenha pena delas. Tenha apenas respeito e disponibilidade em ajudá-las no que estiver ao seu alcance. Tenha pena, sim, das pessoas preconceituosas, com a mentalidade pequena. Os indivíduos com deficiência são fortes, aguerridos, batalhadores. Pense em como você poderia, com simples ações, facilitar a vida deles e já estarás contribuindo, e muito, com eles

domingo, 2 de setembro de 2007

E se eu não fosse eu?

Eu sempre pensei que
seria outra coisa no mundo...

A areia da praia,
viveria soltinha,
voando sem rumo,
leve no vento,
à beira do mar,
à brisa gostosa

A neve branquinha,
alegraria as crianças,
brincariam comigo,
eu seria bonecos,
bolas, diversão...

Quem sabe
um raio de luz,
um papagaio ou
um pé-de-moleque?

Mas se eu fosse
um raio apagado,
um papagaio calado ou um
pé-de-moleque quebrado?

Há! Se eu fosse
O pôr-do-sol
ou o amanhecer do dia?

É... acho que nunca
serei outra coisa
no mundo - e não posso.
Sendo somente eu

viverei de alegrias
Flores, pássaros verdes, azuis
Céu lindo fluido
Estrelas magia brilhantes
Rosas cor de vinho
Aromas presentes perfumes
Cálices de saudades
Olhos, coração, vestígios.

ASAS PARA O POETA

A vida é livre
por entre as palavras
de quem escreve

Escapa cada centímetro
por entre os dedos
de quem rabisca

A vida?

Por entre jardins e janelas
de casas estranhas,
monumentos cinzentos
e árvores floridas
reflete o secreto encanto
do desencanto
de cada manhã

A vida...
Parece ecoar
pelos confins distantes
Remotos esconderijos
Secretos abrigos

O poeta amador
Voa com a ilusão,
Embarca na esperança-
um profissional sonhador.

A cidade doentinha

A cidade está doente
Resta apenas a gripe que a chuva causou
A cidade sofre de alagamento grave
Constipada de lama, limo,
lodo e muito lixo

Lágrimas escorrem cada quadra
O ônibus talvez não passe
A escola talvez nem abra
No hospital não entra ninguém
A cidade quer remédio
Dupla dose de injeção para curar -
atenção e respeito de políticos insolentes

Ruas sujas, casas destruídas,
gente em risco
Esperanças que se findam
Falta a velha parada de ônibus,
gente em frente à praça
e crianças brincando
Falta o sorriso no lábio
e os alegres sons de uma cidade
ainda não curada